Mentha III
Neste último post sobre o género Mentha vou abordar unicamente híbridos das espécies faladas anteriormente nos últimos dois posts.
Um híbrido é uma espécie que foi originada a partir de duas espécies diferentes dentro do mesmo género. Muitas vezes isto acontece naturalmente, e sempre que queremos referenciar um híbrido devemos colocar um 'x' no nome científico, mais especificamente entre o género e a espécie.
A variedade de uma espécie representa-se, de forma genérica, entre apóstrofes e, normalmente, em inglês. Esta designação vem depois das duas palavras em latim que compõem o nome científico. As variedades são muitas vezes conseguidas através de selecção artificial.
Fiquem a conhecer todos os híbridos que tenho na minha coleção e algumas curiosidades sobre eles.
Hibridos
Todas estas espécies são perenes, pertencem à família Lamiaceae e ao género Mentha. Como são híbridos a forma correta de propagação é via cuttings ou através dos seus rizomas que são bastante invasivos. São plantas muito atraentes de insetos polinizadores e outros essenciais para o seu jardim. Todas as espécies aguentam qualquer tipo de condições, sendo que a minha sugestão é cultivá-las em vaso a não ser que tenha um solo bastante argiloso, que permita controlar mais facilmente a sua propagação.
A Mentha villosa (sinónimo de Mentha nemorosa) é o resultado do cruzamento da Mentha spicata com a Mentha suaveolens, conhecida popularmente por Mojito mint.
Mentha x villosa |
A Mentha gracilis (sinónimo de Mentha gentilis e Mentha cardiaca) é um híbrido de Mentha arvensis e Mentha spicata, e é vulgarmente conhecida por ginger mint (hortelã gengibre). Herdou as flores da Mentha arvensis e as suas folhas são variegadas, com manchas amareladas. Desaparece na época de maior frio e é uma das primeiras a florir. O aroma é doce e muito agradável.
Mentha x gracilis |
Um dos meus híbridos favoritos a Mentha verticillata é resultado do cruzamento entre a Mentha aquatica com a Mentha arvensis.
Uma rápida observação concluímos que parece que ela herdou as flores da Mentha arvensis, sendo por isso uma das primeiras a florir. O seu cheiro é muito doce e agradável. Desaparece totalmente nos períodos mais frios.
Mentha x verticillata |
Um híbrido menos comum, que é vendido em Portugal com o nome hortelã limão, e que não tem qualquer cheiro agradável: a hortelã limão. A verdadeira planta com este nome popular tem um cheiro intenso cítrico e é uma variedade da Mentha x piperita. Esta em causa não tem nenhuma dessas características: possuí folhas acinzentadas e um cheiro inexistente praticamente. É um híbrido entre Mentha longifolia e Mentha aquatica, chamado Mentha x dumetorum.
Mentha x dumetorum |
Um dos híbridos mais conhecidos e usados na maioria dos jardins é a popularmente conhecida Hortelã pimenta (peppermint), cientificamente conhecida por Mentha x piperita, é o resultado do cruzamento da Mentha spicata com a Mentha aquatica.
As flores são terminais e a sua forma varia entre a forma da flor da Mentha aquatica e a Mentha spicata. Estas Mentha são as últimas a entrar em floração. Existem dezenas de variedades deste híbrido que tentam, na maioria das vezes, seleccionar e diferenciar os aromas. Eis as que eu tenho na minha coleção:
Uma das minhas favoritas é o híbrido com um leve cheiro a manjericão (basil).
Mentha x piperita 'Basil' |
Mentha x piperita 'berries & cream' |
O cheiro muito acentuado a mentol da variedade de hortelã-pimenta conhecida por 'black'. Divinal!
Mentha x piperita 'black' |
Mentha x piperita 'Lime' |
Mentha x piperita 'Orange' |
Uma das variedades mais mentoladas:
Mentha x piperita 'Swiss' |
Popularmente conhecida por hortelã-uva, cuidado com as traduções! O nome oficial da variedade é 'Grapefruit' que significa toranja.
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